domingo, 7 de março de 2010

tocava a luz no centro dos olhares como uma espécie de música
os outros desconexos na vontade alheia dos dias de cinza
era o fumo era o fumo chegava e como que cantava a salvação
depois do caos o abismo incendiado nas manhãs ardia na boca

pequenos animais com um sentido carnívoro no meio do fogo
alucinantes e em espera continuada no meio da melancolia
os vidros baços com a poeira das imagens consumidas
carne metálica cabeça soltando ritmos de abstração

vivia-se assim no sentido da estranha forma da espera
por vezes um ruído de fundo picava a base do pensamento
o nada de ninguém os livros palavras voadoras

o frio da guerra medo infantil cravado na pele
depois ficou-se pelo caminho a ilusão discursiva do nada
transformado em vazio depois do sangue misteriosamente coagulado

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