terça-feira, 2 de março de 2010




antonin artaud. um dos pontos mais absolutos ou absurdos do ritual em combate com a vida. escritor único. actor. teórico visionário de uma força maior. provavelmente errado desde sempre. louco furioso. que viu o teatro transformar-se em sombras dentro da sua cabeça. ou a sua cabeça transformar-se num grande teatro de sombras. e de gritos. e de máscaras gigantes. e de crueldade. crueldade exacta. que depois de se auto-santificar passou uns belos tempos como uma bruxa nos asilos de alienados. que descobriu um sentido metafísico para o grito. que criou um programa radiofónico para que as suas palavras se difundissem como ondas electromagnéticas até ao despertar das consciências. até um despertar último. uma última visão possível do teatro da crueldade. que hoje se torna apenas um pouco de exotismo. um programa que a emissora nacional. a frança útil. o comodismo. talvez todo o mundo ritualista. programa vítima da censura do sono. um programa que despe já com uma antecipação brutal toda a imposição deste sistema que tem como base um exemplo perverso e bélico. o sistema da pornografia americana. o estado único. a carnificina global. mas as palavras são palavras... aqui fica, via rapidshare, a sessão radiofónica censurada: aqui!

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