sábado, 18 de dezembro de 2010

somos de emoções

a cabeça saturada de fumo e de cansaço.
o corpo tremente.
inventar milagres para não cair.
aguenta-te mais uns dias.
depois podes visitar o sono.

tem sido um ano de doidos, este do regresso. aguenta-se porque se trabalha para o futuro, constrói-se o futuro. pela primeira vez na vida penso no futuro. tenho sido tão parvo tantas vezes. impulsivo demasiado. num grau zero de inconsciência. tenho pouco dinheiro e isso parece não importar agora. não preciso de comer, preciso é de dormir. queria ficar dois dias sem pessoas. fazer uma cura de silêncio. dói-me demasiado a voz. estou contente mas exausto e os próximos tempos adivinham-se selvagens. selvagens de emoções e de trabalho.
está o desabafo feito.

domingo, 12 de dezembro de 2010

a bomba do dia

os current 93 vão fazer a banda sonora da minha próxima encenação!!!

sábado, 11 de dezembro de 2010

dias passados em telefonemas e em projectos e em mails e papeladas e loucuras. os dois próximos anos vão ganhando forma. finalmente poder fazer planos de endireitamento da vida!!! o espectáculo que vou encenar vai ganhando contornos loucos. um bom grupo de actores. um bom cenógrafo. o josé carretas a escrever. e... e... e... a grande loucura: a possibilidade de os current 93 fazerem a banda sonora!!! só a possibilidade já me deixa num estado de excitação mental que enfim... poderão imaginar!!! este fim de semana já se encerra o assunto. fogo. aguardo as respostas com o coração a tremer. aqui fica o desabafo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

apontamento fragmentado. as criaturas.

o político:

ou ganhas ou não ganhas. as derrotas fazem parte do jogo. alimentam as vitórias. o poder é virtual para os fracos. mesmo na sombra crescem as garras. um dia inventaram a ilusão da necessidade. os abutres chegaram e comeram os despojos. já um dia fui um homem. depois comecei a subir degraus frenéticos numa vontade ruidosa. até me perder. até me perder para sempre no meio de olhares burocratas. de vozes tecnocratas. de cabeças falocratas. quando lhes era útil o sol sorria-me. as imagens que valem tanto como não sei quantas palavras. imagens que se vendem como índices de confiança e de ambição. limpei muitas latrinas para ter chegado onde cheguei. lambi muitas solas de sapatos. comi muitas mulheres escondidas em compartimentos secretos de homens importantes. o caminho para a glória. quem inventou este jogo genial e pornográfico chamado democracia merece uma estátua na eternidade. conseguiu mostrar que era possível a fome de muitos com a manutenção de poucos e com a monopolização de quase todos. silenciados num acto mínimo e insignificante. o voto. nunca se tinha chegado a um ponto tão absoluto do silenciar das consciências. a maioria que resolva. a maioria que habita nos camarotes presidenciais da hipnose. já um dia fui um homem. depois corri pelo vento com a visão fixa num ponto do qual não há regresso. começaram as máquinas a ditar o meu discurso. o meu discurso que era uma massa de slogans fragmentados. matematicamente certeiros. como tiros concentrados.