quarta-feira, 10 de março de 2010

é uma dimensão paralela. ele caminha na direcção do balcão. na sua rotina habitual. pede uma bebida quente. alguém lhe pergunta como estão as coisas. ou se aponta a bebida na mesa de sicrano. ele atira com a bebida para o chão. anda em volta do balcão como um animal numa jaula. exibe uma explosão de raiva interna ao andar. todos o olham menos sicrano. sicrano mantém a sua ignorância de nojo e falcatrua. as mesas todas voltam ao jogo. ele pede outra bebida quente. tenta manter a sua rotina. alguém no balcão se desculpa. ele diz que não há problema. que há vida para além de sicrano. olha para o lado e vê um objecto gigante e frágil com umas rodas. nas mesas todos jogam. até sicrano na sua ignorância de nojo e falcatrua. ele sobe para o objecto. dança com o objecto numa fragilidade exibicionista. a sua vida está em risco. as mesas param de jogar e observam os movimentos frágeis e rotativos que ele executa com aquele objecto. sicrano insiste na sua jogada ignorante de nojo e falcatrua. de repente, a meio de um rodopio perigoso do objecto, ele pergunta-se o que estará a fazer. olha para todos os lados. pão e circo. jogo. sicrano fechado na sua ignorância de nojo e falcatrua. ele desce do objecto. caminha em silêncio pelo meio das mesas de jogo. dirige-se para a saída. lá fora a luz começa a aparecer.

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