terça-feira, 23 de novembro de 2010

o que se procura agora? muito simples. preparar um espectáculo sobre o suicídio no meio rural. trabalhar mais uma vez os limites do ser humano. uma família do interior, com os seus dois filhos (filho e filha), com um terrível segredo que a mulher carrega sobre os ombros, uma paternidade adulterada do filho mais velho, fruto de uma relação antiga com um amante com o qual o homem disputa um poder de terra. temas principais: solidões, sexualidades, poderes sociais, estatutos, ligações humanas, transição de valores, etc's... uma super equipa que se vai reunindo. poder encenar um texto escrito a meias com o senhor josé carretas, ter uma companhia a produzir loucuras, trabalhar que nem um escravo para um ideal maior. às vezes é tudo assim, é preciso abdicar da vida para bem de um ideal maior, o teatro é talvez o último reduto, o teatro e o amor. se tudo correr bem... no próximo ano faz-se o balanço do regresso ao país, espera-se que não tenha sido em vão. o dinheiro é pouco e os meios são escassos. pensa-se muito em salvações sem que o corpo e a mente se vendam por nada, a dignidade não se vende, o sentido tem um valor incalculável. reflectir sobre o espectáculo de alpedrinha... tanta coisa para melhorar, ainda a bomba real estará para criar, um esboço de uma possibilidade. o que é preciso? a palavra que mais pode definir o teatro: compromisso. só com compromisso se chegam a absolutos. pena é os absolutos serem tão efémeros que ninguém lhes dê valor. estamos num mundo demasiado confortável com o seu caos para que se comece a procurar a verdadeira e urgente ordem. qual o objectivo do teatro numa sociedade que se esmaga como a um insecto? que se esmaga num suicídio de aparências e de luxos inócuos? qual a força concreta do teatro? qual a força motivadora do actor militante do humano? urge o tempo. urge a vida.

5 comentários:

  1. Apercebi-me há pouco tempo que tinhas voltado.
    Bem-vindo e bom trabalho.

    Abraço

    Ricardo Marques

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  2. hehe
    teve de ser... que o país precisa de guerra!!!
    que andas a fazer agora?
    e blogs???
    abraço

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  3. Pra já numa insónia (des)comun(al)
    eheh
    Estou por Lisboa, a tentar estagiar.
    O blog é o de sempre, embora tenha interrompido e regressado à relativamente pouco tempo.
    www.interior-plastico.blogspot.com

    Espero que esteja a correr tudo bem... O suicídio, quero dizer, que seja em jeito de genocídio...

    Abraço

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  4. Pedro, em relação às primeiras cinco linhas deste post posso recomendar a leitura de "Ernestina", obra prima do escritor transmontano José Rentes de Carvalho (blogue "Tempo Contado"), ed. Quetzal, reeditada agora.

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  5. vou espreitar isso este fim de semana!!!

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