quarta-feira, 17 de novembro de 2010

as imagens mentais eram carregadas como troféus macabros. um homem fazia uma estranha dança antes da cópula. tornava-se inocente. ínfimo. depois crescia na sua atrocidade enquanto entrava. a mulher recebia-o desperta. se o sexo fosse duro a mulher cortava-lhe a orelha com os dentes. já tinha acontecido a alguns. heróis internos que tinham o seu tempo e as suas vozes. as pedras lá se transportavam de lugar para lugar. um dia chegou-se a uma casa coberta por insectos rasteiros. o homem e a mulher estavam descalços. o som foi crepitante e uma espécie de saliva quase sólida recolheu-se entre os dedos dos pés.

1 comentário:

  1. Grande Pedro, grande texto!
    Se o roubaste, fizeste muito bem - que coisas destas são património colectivo. Se o escreveste, fizeste ainda melhor - que agora podemos roubar-to.
    Pela minha parte, roubo-to já de seguida. A ti ou a quem tu o roubaste (a um irmão gémeo?)
    - porque ladrão que rouba ladrão...

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