segunda-feira, 26 de abril de 2010

- hoje pensei numa coisa. não deixa de ser triste olhar para o mundo e ter a certeza de que nunca se irá ter nada.
- então?
- estava a passar por uma cidade à beira mar. e fiquei a olhar para todas aquelas casas. tudo em volta era verde. era uma cidade estranhamente confortável.
- será inveja da posse?
- não. é o mais absoluto desperdício de tempo sentir inveja. é só sentir que as coisas poderiam ser justas. muito mais justas.
- sabes que o mundo vive na maior inconsciência que lhe é possível?
- sim. só assim se sobrevive ao caos. no dia em que todos acordarem poderá vir o colapso.
- talvez seja o colapso que faça mover tudo. sabes? como um despertar.
- já acreditei nisso em tempos. hoje prefiro sentir os dias como inevitáveis. as pessoas respiram merda. não faz qualquer tipo de sentido querer o melhor para a espécie. um dia acabará finalmente tudo.
- é uma resolução.
- sim, não uma revolução.
- há aquele escritor que fala da saturação e da resolução. será que este é o ponto máximo da saturação?
- infelizmente não o posso dizer. certamente que virá pior. só não posso dizer o mesmo em relação ao melhor.
- somos uns pessimistas.
- sim. convictos.

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