quarta-feira, 26 de maio de 2010

porque a verdadeira violência da vida se esconde nas imagens da realidade. os homens despidos de si mergulhando no caos das luzes. ritmos. as ilusões constantemente massacradas pelo imenso respirar da espécie. é uma doença que se propaga como um consumo desenfreado de ar e loucura. uma doença de fome. a mão aberta para cima espera um momento ínfimo que seja todo o futuro luminoso. eles viram as costas. as veias das cidades absorvem-se em movimentos de branco e de vermelho. máquinas de nada. insectos carnais rebolam-se sobre lençóis de sangue ou de ouro. alguns sobre cartão. alguns directos no alcatrão. ou nas pedras. ou na terra. dentro dela. e todos os dias se nasce absolutamente. e todos os dias se morre naturalmente. a luz sucede à treva. como uma deriva cíclica em que as coisas mergulham numa espiral de caos. a medula óssea. o universo que fragmenta olhares previamente quebrados. nasceu-se assim. e talvez a história do tudo seja já uma coisa escrita. tatuada num braço de um deus com um sentido megalómano.

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