domingo, 30 de maio de 2010

na sua vida regular deparava-se constantemente com privações que considerava abaixo do humano. mas seguia o rumo. seguia-o de uma forma tão pouco ligada que se cobria cada vez mais com a escuridão latente do vazio. um dia tinha visto a morte. nada de especial. tinha visto a morte numa noite de inverno, quando saiu de um lugar público, com um rasto de sangue no chão e na boca. estava frio nessa noite mas não chovia. provavelmente é a ausência da chuva que lhe provoca o impulso da fuga. uma voz. luzes azuis. vergonha. a morte armadilhada encontrava-se nas valas das estradas, dos caminhos ermos, do silêncio. no dia seguinte as mentiras e a roupa vermelha. e o nada. esse nada que quando se instala parece que fica. como um filho que se carrega até que atinja o sentido máximo da liberdade e da libertação.

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