sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

o sol da vida na sua magnificência árida em cima de tudo, comedor de cabeças explosivas e de solidões musicais. o fundo é a viagem. o vento impõe-se nos ombros como um sussurro aceso da distância. violações do eu. quase exposições da verdade. quase. quase feliz. quase vivo. quase quase. os transportes escavam sulcos na cara. não são rugas. são sulcos. comem-se paisagens sem o apetite do novo e só se anseia o sono. tempo-espaço. a viagem é uma relação aberta entre cúmplices problemas. sol vermelho sangue descendente no horizonte como uma vida que termina para sempre voltar. campos de água. túneis obscuros que quase raspam e arranham. gente sem nome nem idade. mundo sob um manto de luto sujo com a marca da fome. e da peste. e da guerra. finais abertos. classes. diferenciações no seio da carne e da respiração. máquinas violentamente respiradas. corpo intransigente. caminhante das noites sombrias acompanhado pelos cães e pelas estrelas. carregado de vida e de silêncio. sem parar. sem parar.

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