terça-feira, 25 de janeiro de 2011

de um lado as amarras de vidro, imagens de uma guerra sorridentemente branca. as memórias rasgadas nos abismos vermelhos da carne que o foi. um dia veio a luz e lavou tudo, lavou a vida. estava contada a história. de um lado os guardas. do outro lado os carrascos. isto da vítima habitar o centro dos quadros é uma coisa mal amanhada dos contos para a infância. o que cantava a cabeça no seu deambular louco? quando caminhava errática pelas ruas da cidade do pequeno pormenor. da cidade tantas vezes desfigurada por combates internos. alguém trazia água, bebia-se sôfrega até passar áspera pela garganta e chegar como uma bomba ao estômago, comia-se pouco durante a guerra. o pior era a espera. um dia vinha uma inquietação demasiado presente e lá se atirava o corpo contra os muros, os muros eram o chão, a visão é que estava confusa. o chão. como será o corpo quando bate, embate, no chão? alguém gravou o som de uma melancia para fazer uma simulação quase real da cabeça explosiva. acreditou-se naquilo e até cheirou a vómito.


FARTO DESTE PALAVREADO

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