tocava a luz no centro dos olhares como uma espécie de música
os outros desconexos na vontade alheia dos dias de cinza
era o fumo era o fumo chegava e como que cantava a salvação
depois do caos o abismo incendiado nas manhãs ardia na boca
pequenos animais com um sentido carnívoro no meio do fogo
alucinantes e em espera continuada no meio da melancolia
os vidros baços com a poeira das imagens consumidas
carne metálica cabeça soltando ritmos de abstração
vivia-se assim no sentido da estranha forma da espera
por vezes um ruído de fundo picava a base do pensamento
o nada de ninguém os livros palavras voadoras
o frio da guerra medo infantil cravado na pele
depois ficou-se pelo caminho a ilusão discursiva do nada
transformado em vazio depois do sangue misteriosamente coagulado
Sem comentários:
Enviar um comentário